O elitismo de Maitê Proença (e Rita Lee) contra Dilma Rousseff (e Marina Silva) na presidência
O Elitismo Cultural em favor das Desigualdades Humanas
Símbolo do elitismo social brasileiro, o Sr. Caetano Veloso declarou há quase um ano seu apoio a candidatura de uma mulher: MARINA SILVA. O fato seria louvável se não refletisse as deformações do patriarcado, em específico, a desigualdade referente a classe econômica (click na foto ao lado). O motivo do dado apoio, não foi a história de luta da candidata ou sua condição de oprimida (fêmea), mas o que ela tem de elitista: o diploma universitário. Por considerar o atual presidente “analfabeto, cafona e grosseiro”, o Sr. Veloso se pôs ao lado de Marina Silva por pura consciência de classe burguesa. O exemplo do Sr. Veloso ecoa agora com a entrevista de Maitê Proença ao Blog do Estadão, e a dubitável declaração de Rita Lee num dos seus shows. Estes posicionamentos objetivam a discussão: “eleger/incluir uma mulher no parlamento masculino significa desconstruir os valores estruturais do machismo" (a desigualdade entre as pessoas)?
Maitê Proença:
"Uma branca de neve"
Já decidiu seu voto? O que acha das atuais opções para a Presidência da República?
Maitê Proença:
Gosto da Marina e do Serra.
Blog do Estadão:
O feminismo já era ou a mulher ainda precisa lutar contra as discriminações da sociedade?
Maitê Proença:
A mulher ainda é tratada como escrava na África, Ásia, países árabes, na maior parte do planeta. Só no ocidente houve progressos, muitos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando da Dilma."
A resposta parece-nos estar na condição étnica-econômica dela. Isso fica evidente quando a atriz declara que prefere que os homens se voltem contra a candidata do PT , do que tê-la na presidência. É na defesa de sua classe social, que a Sra. Maitê se volta contra a Candidata Dilma, pseudo-defensora dos pobres.
Não há para Maitê Proença feminismo que resista se a sua elitização for posta em risco. Descaradamente, parece que a jocosa piada desmascarou-a, Maitê é a representante da beleza branca e burguesa que se põem em favor das mulheres de regiões longínquas, por não querer a igualdade próxima de sua residência.
Rita Lee,
Uma "bruxa malvada"?
A cantora Rita Lee é famosa por fazer “provações piadistas”, suas polêmicas rendem destaque nos noticiários. "Rebelde, descolada, ex-musa do tropicalismo", passado o tempo, sobrevoa sobre ela agora o arquétipo da "bruxa má". Arquétipo com o qual ela usa como persona. Porém, o uso constante do "humor" pode revelar a verdadeira face de alguém, derrubando as máscaras e mostrandoa todos o moralismo e intenções de classe.
A última da cantora foi o comentário sobre Dilma (PT), Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Em relação a candidata do Lula, ela disse, “parece uma boneca fabricada, importadinha da Holanda”. O ex-governador de São Paulo foi comparado a um tio dela, “que só ligava para dar notícias ruins”. E a que deu a grande polêmica foi a declaração sobre a “Ex-Ministra do Meio-ambiente”.No site do fã clube oficial da cantora a frase é coloca sobre suspeita. Marina seria considerada pela cantora "fraquinha" (fisicamente é claro), chega dá vontade de dar vitamina pra presidência ficar mais forte. E em outros sites, em especial o do Professor José Ribamar, dizem que ela não votaria em Marina “porque ela tem cara de quem passa fome”. Duas versões e uma mesma declaração.
Dentre as interpretações, uma coisa é fato, não importa tanto se a Rita Lee disse de um modo ou de outro, mas a intenção elitista da frase, manipulada pela imprensa ou não. Os comentários só afirmam o machismo, a moral e a higienização burguesa. Sobre Serra e Dilma fica nítida a naturalização dos papéis de gênero. Para a população qual candidata(o) seria mais adequada(o)? Uma “boneca inflável" (mulher) ou um “tio” que dá noticias ruins (homem)?
Sobre Marina é óbvio que a fome que a cantora enxerga ou disseram ter visto na candidata, com certeza a incomoda muita gente, afinal, não é nada agradável ver pessoas com esta aparência frágil. Elas carregam o estigma da pobreza, da desigualdade. Burgueses não gostam de ver estampada na TV ou nas reportagens internacionais a miséria alheia que é a razão de sua riqueza. Até por isso existe “Crianças Esperanças sorrindo”, para mostrar os pobres “saudáveis”.
Sobre Marina é óbvio que a fome que a cantora enxerga ou disseram ter visto na candidata, com certeza a incomoda muita gente, afinal, não é nada agradável ver pessoas com esta aparência frágil. Elas carregam o estigma da pobreza, da desigualdade. Burgueses não gostam de ver estampada na TV ou nas reportagens internacionais a miséria alheia que é a razão de sua riqueza. Até por isso existe “Crianças Esperanças sorrindo”, para mostrar os pobres “saudáveis”.
| fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/269/entrevista/index_2.htm |
Rita Lee por ser uma mulher dentro do “rockmacho”, percebeu como poderia fazer o “diferencial”. Destacou-se por fazer músicas com uma aparente “pitadinha de questionamentos” sobre a sexualidade. E deu certo! Todas as mulheres, desde as “patroas babacas e até as empregadas mandonas, de Porto Alegre a Natal, da rainha do tanque a Pagu indignada no palanque” são a mesma coisa em suas músicas: estereótipos machistas. Esta foi a $acada empresarial de Rita Lee, mostrar as mulheres como isso ou aquilo, sem ampliar seu leque de opções. A maior prova disso foi o modo que Rita Lee lançou a Adriana Calcanhoto para a mídia, colocando-a nua num show para alegrar o público masculino, durante a canção “Miss Brasil 2000”. Click na foto acima.
Mesmo com uma imagem de libertária, Rita Lee nunca colocou sua imagem nua no meio midiatico do mercado sexual. O que é algo positivo numa sociedade que nos define como coisas. Porém, ela submete outra mulher e arremata seu corpo no mercado, assim ela se colocou como oposição a nudez de Adriana Calcanhoto e novamente sendo uma novidade no meio musical. E por ser a cantora Rita Lee, ela acabou tornando público e submetendo todas as mulheres a esta mesma condição, anulando qualquer possibilidade do exercício pleno da sexualidade humana. Se a frase não for dela, a manipulação só reflete o machismo com o qual a Rita Lee já lucrou, mesmo que de modo contraditório.
Mesmo com uma imagem de libertária, Rita Lee nunca colocou sua imagem nua no meio midiatico do mercado sexual. O que é algo positivo numa sociedade que nos define como coisas. Porém, ela submete outra mulher e arremata seu corpo no mercado, assim ela se colocou como oposição a nudez de Adriana Calcanhoto e novamente sendo uma novidade no meio musical. E por ser a cantora Rita Lee, ela acabou tornando público e submetendo todas as mulheres a esta mesma condição, anulando qualquer possibilidade do exercício pleno da sexualidade humana. Se a frase não for dela, a manipulação só reflete o machismo com o qual a Rita Lee já lucrou, mesmo que de modo contraditório.
A posição presidencial das Maçãs Podres:
Porque nenhuma destas pessoas representa as concepções feministas
Nossa opinião sobre Marina Silva não é nada “pessoal”. É um posicionamento. Como a Sra Marina Silva é “pessoalmente” contra o aborto e é contra o casamento gay, não é de se admirar que a mesma é uma seguidora dos dogmas da Assembleia de Deus. Sendo assim, o que é pessoal é politico e os conceitos religiosos que ela expressa vão definir os rumos políticos de sua plataforma de governo.
Quando questionada em relação ao aborto, ela lança como solução o famoso plebiscito. Este é o mesmo discurso usado pelos conservadores de centro-esquerda. Seria no plebiscito, segundo Marina Silva, que a decisão de legalizar ou de manter a criminalização do aborto se definiria. Marina e todos os cristãos devem ficar na torcida da criminalização.
Nem de torcida precisa, se católicos, protestantes e espíritas somam mais de 90% da população, portanto sabemos a resposta. Caindo por terra a palavra mágica da Marina Silva, o tal “pessoalmente”. O pessoalmente é que decide as coisas.
A candidata culpa a desinformação como o problema do aborto. Estamos na “sociedade da informação”. Ela está em todas as classes e todos os gêneros, porém informação não é conhecimento. Conhecimento é algo que faz sentido na vida das pessoas. Não é um panfleto sobre como colocar a camisinha. E nem é uma palestra assustadora sobre os perigos do sexo. Portanto, o grande culpado desta “desinformação” é o próprio Estado, que não é laico e coloca informações cheias de moralismo na escola, na saúde, na mídia e na família.
Sobre Dilma, já temos um texto que expressa a nossa visão do processo político em que esta inserida.
Como Dilma vem repetidamente dizendo "nós, mulheres, nascemos com o sentimento de cuidar, amparar e proteger. Somos imbatíveis na defesa de nossos filhos e de nossa família'", nossa posição é de não nos sentirmos contempladas com sua candidatura.
Por consciência ou não, a imagem que a presidenciável reafirma é a das figuras essencialista da “cuidadora e da mãe”. Seu marketing valoriza as funções domésticas projetadas para as mulheres. Se a maternidade é a grande qualidade das mulheres é porque assim os homens o querem. Com posições como esta, a candidata do PT contribui com o patriarcado, destinando o lar e a família como espaços naturais das mulheres.
Sobre Serra nem precisamos dizer que ele representa tudo que não queremos para o mundo.
Na dúvida, poderíamos sim votar em qualquer uma destas mulheres, por uma opção de gênero, porém defendemos terminantemente a anulação do voto de todas as feministas, de todas mulheres e de todas as pessoas no Brasil. O voto deve ser sim um poder popular, entretanto no sistema social que vivemos, quando muito, ele é um poder que só existe no dia da eleição.
Na dúvida, poderíamos sim votar em qualquer uma destas mulheres, por uma opção de gênero, porém defendemos terminantemente a anulação do voto de todas as feministas, de todas mulheres e de todas as pessoas no Brasil. O voto deve ser sim um poder popular, entretanto no sistema social que vivemos, quando muito, ele é um poder que só existe no dia da eleição.
Para as Maçãs Podres, o elitismo de Sr. Veloso e Dona Beija representam os galhos da árvore do patriarcado. Como as raizes das diferenças econômicas surgiram com sujeição feminina, para a manutenção do meios de produção nas mãos masculinas. Não há como dissociar a questão de classe econômica com a desigualdade dos sexos. Qualquer pessoa que defenda os valores elititas, acabam por defenderem também o machismo, por ser o atual sistema econômico, a expressão dos valores dos machos.
Deixamos uma máxima:
"Enquanto os homens exercem seus 'podres' poderes", sejamos pessoas conscientes: VOTEMOS NULO! Até porque a democracia no Brasil é sinônimo de carnaval sem sexo.
"Enquanto os homens exercem seus 'podres' poderes", sejamos pessoas conscientes: VOTEMOS NULO! Até porque a democracia no Brasil é sinônimo de carnaval sem sexo.


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