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domingo, 2 de março de 2014

O elitismo de Maitê Proença (e Rita Lee) contra Dilma Rousseff (

O elitismo de Maitê Proença (e Rita Lee) contra Dilma Rousseff (e Marina Silva) na presidência

O Elitismo Cultural em favor das Desigualdades Humanas

Símbolo do elitismo social brasileiro, o Sr. Caetano Veloso declarou há quase um ano seu apoio a candidatura de uma mulher: MARINA SILVA. O fato seria louvável se não refletisse as deformações do patriarcado, em específico, a desigualdade referente a classe econômica (click na foto ao lado). O motivo do dado apoio, não foi a história de luta da candidata ou sua condição de oprimida (fêmea), mas o que ela tem de elitista: o diploma universitário. Por considerar o atual presidente “analfabeto, cafona e grosseiro”, o Sr. Veloso se pôs ao lado de Marina Silva por pura consciência de classe burguesa. O exemplo do Sr. Veloso ecoa agora com a entrevista de Maitê Proença ao Blog do Estadão, e a dubitável declaração de Rita Lee num dos seus shows. Estes posicionamentos objetivam a discussão: “eleger/incluir uma mulher no parlamento masculino significa desconstruir os valores estruturais do machismo" (a desigualdade entre as pessoas)?

Maitê Proença:
"Uma branca de neve"
Na semana passada, a atriz global Maitê Proença declarou ao Blog do Estadão algo como: “que os machos selvagens nos salvem da Dilma”. A declaração é complicadíssima, pois a Sra. Maitê é uma mulher vítima de diversos níveis de violência do patriarcado. Aos 12 de idade, a atriz teve a mãe assassinada pelo pai por adultério. Aparentemente depôs em favor do pai (testemunha de defesa dele) o que a colocou em oposição com o resto da família. Anos depois ele se suicidou, após pedir que promovessem uma eutanásia, devido a um câncer no cérebro. Teve um irmão que morreu de alcoolismo no seu colo. E alcançou o auge profissional fazendo uma cortesã. O sucesso se deu, menos por seu talento de interpretação, mais pelas constantes cenas de nudez da novela “Dona Beija”. Como consta em sites da net, em seu último livro (“Uma Vida Inventada” - teoricamente autobiográfico) aos 16, fez um aborto. Mas a pergunta que nos fizemos é: “por que com uma vida tão agredida pelo machismo, a atriz não questionou mais profundamente as estruturas do patriarcado, antes de sua declaração”? Veja abaixo a declarção da global:
"Blog do Estadão:
Já decidiu seu voto? O que acha das atuais opções para a Presidência da República?

Maitê Proença:
Gosto da Marina e do Serra.

Blog do Estadão:
 O feminismo já era ou a mulher ainda precisa lutar contra as discriminações da sociedade?

Maitê Proença:
A mulher ainda é tratada como escrava na África, Ásia, países árabes, na maior parte do planeta. Só no ocidente houve progressos, muitos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando da Dilma."
A resposta parece-nos estar na condição étnica-econômica dela. Isso fica evidente quando a atriz declara que prefere que os homens se voltem contra a candidata do PT , do que tê-la na presidência. É na defesa de sua classe social, que a Sra. Maitê se volta contra a Candidata Dilma, pseudo-defensora dos pobres.
Não há para Maitê Proença feminismo que resista se a sua elitização for posta em risco. Descaradamente, parece que a jocosa piada desmascarou-a, Maitê é a representante da beleza branca e burguesa que se põem em favor das mulheres de regiões longínquas, por não querer a igualdade próxima de sua residência.

Rita Lee,
Uma "bruxa malvada"?

A cantora Rita Lee é famosa por fazer “provações piadistas”, suas polêmicas rendem destaque nos noticiários. "Rebelde, descolada, ex-musa do tropicalismo", passado o tempo, sobrevoa sobre ela agora o arquétipo da "bruxa má". Arquétipo com o qual ela usa como persona. Porém, o uso constante do "humor" pode revelar a verdadeira face de alguém, derrubando as máscaras e mostrandoa todos  o moralismo e intenções de classe.
A última da cantora foi o comentário sobre Dilma (PT), Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Em relação a candidata do Lula, ela disse, “parece uma boneca fabricada, importadinha da Holanda”. O ex-governador de São Paulo foi comparado a um tio dela, “que só ligava para dar notícias ruins”. E a que deu a grande polêmica foi a declaração sobre a “Ex-Ministra do Meio-ambiente”.
No site do fã clube oficial da cantora a frase é coloca sobre suspeita.  Marina seria considerada pela cantora "fraquinha" (fisicamente é claro), chega dá vontade de dar vitamina pra presidência ficar mais forte.  E em outros sites, em especial o do Professor José Ribamar, dizem que ela não votaria em Marina “porque ela tem cara de quem passa fome”. Duas versões e uma mesma declaração.
Dentre as interpretações, uma coisa é fato, não importa tanto se a Rita Lee disse de um modo ou de outro, mas a intenção elitista da frase, manipulada pela imprensa ou não. Os comentários só afirmam o machismo, a moral e a higienização burguesa. Sobre Serra e Dilma fica nítida a naturalização dos papéis de gênero. Para a população qual candidata(o) seria mais adequada(o)? Uma “boneca inflável" (mulher) ou um “tio” que dá noticias ruins (homem)?
Sobre Marina é óbvio que a fome que a cantora enxerga ou disseram ter visto na candidata, com certeza a incomoda muita gente, afinal, não é nada agradável ver pessoas com esta aparência frágil. Elas carregam o estigma da pobreza, da desigualdade. Burgueses não gostam de ver estampada na TV ou nas reportagens internacionais a miséria alheia que é a razão de sua riqueza. Até por isso existe “Crianças Esperanças sorrindo”, para mostrar os pobres “saudáveis”.
fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/269/entrevista/index_2.htm
Rita Lee por ser uma mulher dentro do “rockmacho”, percebeu como poderia fazer o “diferencial”. Destacou-se por fazer músicas com uma aparente “pitadinha de questionamentos” sobre a sexualidade. E deu certo! Todas as mulheres, desde as “patroas babacas e até as empregadas mandonas, de Porto Alegre a Natal, da rainha do tanque a Pagu indignada no palanque” são a mesma coisa em suas músicas: estereótipos machistas. Esta foi a $acada empresarial de Rita Lee, mostrar as mulheres como isso ou aquilo, sem ampliar seu leque de opções. A maior prova disso foi o modo que Rita Lee lançou a Adriana Calcanhoto para a mídia, colocando-a nua num show para alegrar o público masculino, durante a canção “Miss Brasil 2000”. Click na foto acima.
Mesmo com uma imagem de libertária, Rita Lee nunca colocou sua imagem nua no meio midiatico do mercado sexual. O que é algo positivo numa sociedade que nos define como coisas. Porém, ela submete outra mulher e arremata seu corpo no mercado, assim ela se colocou como oposição a nudez de Adriana Calcanhoto e novamente sendo uma novidade no meio musical. E por ser a cantora Rita Lee, ela acabou tornando público e submetendo todas as mulheres a esta mesma condição, anulando qualquer possibilidade do exercício pleno da sexualidade humana. Se a frase não for dela, a manipulação só reflete o machismo com o qual a Rita Lee já lucrou, mesmo que de modo contraditório.

A posição presidencial das Maçãs Podres:
Porque nenhuma destas pessoas representa as concepções feministas
Nossa opinião sobre Marina Silva não é nada “pessoal”. É um posicionamento. Como a Sra Marina Silva é “pessoalmente” contra o aborto e é contra o casamento gay, não é de se admirar que a mesma é uma seguidora dos dogmas da Assembleia de Deus. Sendo assim, o que é pessoal é politico e os conceitos religiosos que ela expressa vão definir os rumos políticos de sua plataforma de governo.
Quando questionada em relação ao aborto, ela lança como solução o famoso plebiscito. Este é o mesmo discurso usado pelos conservadores de centro-esquerda. Seria no plebiscito, segundo Marina Silva, que a decisão de legalizar ou de manter a criminalização do aborto se definiria. Marina e todos os cristãos devem ficar na torcida da criminalização.
Nem de torcida precisa, se católicos, protestantes e espíritas somam mais de 90% da população, portanto sabemos a resposta. Caindo por terra a palavra mágica da Marina Silva, o tal “pessoalmente”. O pessoalmente é que decide as coisas.
A candidata culpa a desinformação como o problema do aborto. Estamos na “sociedade da informação”. Ela está em todas as classes e todos os gêneros, porém informação não é conhecimento. Conhecimento é algo que faz sentido na vida das pessoas. Não é um panfleto sobre como colocar a camisinha. E nem é uma palestra assustadora sobre os perigos do sexo. Portanto, o grande culpado desta “desinformação” é o próprio Estado, que não é laico e coloca informações cheias de moralismo na escola, na saúde, na mídia e na família.
Sobre Dilmajá temos um texto que expressa a nossa visão do processo político em que esta inserida.
Como Dilma vem repetidamente dizendo "nós, mulheres, nascemos com o sentimento de cuidar, amparar e proteger. Somos imbatíveis na defesa de nossos filhos e de nossa família'", nossa posição é de não nos sentirmos contempladas com sua candidatura.
Por consciência ou não, a imagem que a presidenciável reafirma é a  das figuras essencialista da “cuidadora e da mãe”. Seu marketing valoriza as funções domésticas projetadas para as mulheres. Se a maternidade é a grande qualidade das mulheres é porque assim os homens o querem. Com posições como esta, a candidata do PT contribui com o patriarcado, destinando o lar e a família como espaços naturais das mulheres.
Sobre Serra nem precisamos dizer que ele representa tudo que não queremos para o mundo.
Na dúvida, poderíamos sim votar em qualquer uma destas mulheres, por uma opção de gênero, porém defendemos terminantemente a anulação do voto de todas as feministas, de todas mulheres e de todas as pessoas no Brasil. O voto deve ser sim um poder popular, entretanto no sistema social que vivemos, quando muito, ele é um poder que só existe no dia da eleição.
Para as Maçãs Podres, o elitismo de Sr. Veloso e Dona Beija representam os galhos da árvore do patriarcado. Como as raizes das diferenças econômicas surgiram com sujeição feminina, para a manutenção do meios de produção nas mãos masculinas. Não há como dissociar a questão de classe econômica com a desigualdade dos sexos. Qualquer pessoa que defenda os valores elititas, acabam por defenderem também o machismo, por ser o atual sistema econômico, a expressão dos valores dos machos.  
Deixamos uma máxima:
"Enquanto os homens exercem seus 'podres' poderes", sejamos pessoas conscientes: VOTEMOS NULO! Até porque a democracia no Brasil é sinônimo de carnaval sem sexo.

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